terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Partícula de Deus

Hoje estamos vivendo a prévia de um momento histórico.
A partícula Bóson de Higgs, também chamada de "partícula de Deus", volta aos holofotes midiáticos após o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) afirmar que estão próximos de provar a sua existência. Essa partícula, que teria dado origem à massa e a outras partículas do universo, validaria o modelo padrão atual de partículas e abriria um novo horizonte de pesquisas para o mundo da física. Veja a notícia do UOL:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/bbc/2011/12/13/mundo-aguarda-anuncio-de-existencia-de-particula-de-deus.jhtm

Lisa Randall, física teórica da Universidade de Harvard fala sobre as partículas
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/o-que-e-o-boson-de-higgs-e-como-ele-afeta-a-fisica/n1597406581448.html

Quais serão as implicações para a hispótese da existência de deus se as partículas de Higgs forem encontradas?
Seu nome foi ligado a deus, porque suas propriedades teóricas são a razão do surgimento da massa e das particulas como conhecemos hoje. Dessa forma, com a possibilidade de ter sido a "origem de tudo", a apelidaram assim. A grande sacada é que, se comprovada, ela deixará a existencia de deus em cheque. E venha me dizer: "Mas ela foi uma forma de deus criar tudo" que eu responderei "então seu poder soberano já está não apenas sendo entendidos por nós, mas também está sendo reproduzido por nós" e uma vezes que podemos equiparar à criação "divina" não há mais divindade na criação.
De qualquer forma, estamos próximos ao "Darwinismo" da Física.
Se a biologia evolucionista está comprovada e a origem da vida pode se apoiar firmemente nela, a física está próxima de explicar como as particulas surgiram e puderam dar origem às origems.

E se for comprovada a inexistência do bóson de Higgs, a física ainda sai ganhando.
Se o modelo padrão está erroneamente baseado em uma partícula inexistente, a física terá novas direções de pesquisa e novas teorias virão à tona. E, argumentando que é só uma forma de provar que a física está errada e deus não pode ser explicado e desmentido pelo homem, digo que última revira volta do mesmo porte que tivemos na física ocorreu muitas décadas atrás e nos deu a físca quantica ;)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Um força maior?

Primeiro post do blog eu não sei ainda qual linha seguir. Não sei se começo pelas experiências, pelos estudos, com ordem ou sem ordem. Não sei nem bem por onde começar, mas vamos lá.

Hoje fui acometido por uma grande amiga de longa data em uma rápida conversa a caminho do trabalho. Foi a primeira vez que falei para ela, usando as “palavras proibidas”, que eu sou ateu. É muito curiosa a reação das pessoas. Essa amiga me conhece a tempo suficiente para saber – e ela sabe – que eu não rezo, que eu não vou à igreja, que eu não acredito que seja importante ter uma religião, que eu não ligo para a “palavra de deus”, que eu sou mais interessado em respostas concretas do que em divagações espirituais e que eu acho que tudo relacionado a sobrenatural é baboseira. Porém, apesar de saber tudo isso e não se importar, ao ouvir aquela frase sua reação foi uma surpresa para mim.

- Eu sou ateu.
- Perai, mas que história é essa de ateu? Você não acredita em Deus?
- Não, e já faz muito tempo.
- Tudo bem você não acreditar em Jesus ou no espiritismo e essas coisas, mas não acreditar que existe uma força maior é ignorância!
- Ignorância?

Será que é ignorância mesmo? Qual o conceito de força maior para ela? Não tive tempo de discutir, já tinha chegado ao trabalho, mas não antes de ouvir:

- Se deus quiser você nunca vai precisar dele. E eu espero que você nunca precise dele, porque enquanto está tudo bem ninguém se lembra de deus, mas é nas horas de sofrimento que todo mundo vai atrás dele.

Vou contar para vocês que essas são duas coisas que me tiram um pouco do sério.
Ignorância segundo o Aurélio:
“Falta geral de conhecimento, de saber, de instrução. / Estado de quem ignora.”

E qual é exatamente uma das premissas da maioria, se não de todos, os ateus?
Nós não queremos acreditar, nós queremos saber. Sentiu a diference? Não há verdade que perca ao ser confirmada. Em compensação não há nada na religião que me prove nada, eu posso acreditar naquilo ou não. Deus? Eu não sei se ele existe, mas estou longe de acreditar que sim.
E quanto a uma força maior, bom eu não sei o que pode ser essa força maior, mas sei que se ela parte do princípio que é inteligente, criou e rege o universo, eu também tendo a refutar a hipótese. Até porque, para ela existir ela deve ter vindo de algum lugar e isso apenas gera mais perguntas, muito mais complexas e responde apenas uma.

Citando Douglas Adams: “Não basta apreciar a beleza de um jardim, é preciso também acreditar que há fadas nele?”

Convite informal

Convido você, que está lendo isso ou qualquer outro texto deste blog, para me acompanhar em uma jornada.

"Nasci no final dos anos 80 em uma família católica e fui batizado, duas vezes. Minha história controversa já começa por ai. Um batismo oficial ainda bebê e, depois que "perdi" meus padrinhos, um batismo simbólico ao meus 5~6 anos, para que eu não crescesse sem patrinhos.
Aos 10 anos fui catequizado em uma igreja linda, com direito a canções cerimoniais, palavras de "deus" e toda a categoria que esse evento costuma ter.
Aos 12 eu me perguntei 'por que?'. Foi essa a primeira vez eu questionei toda a fé dos meus pais, da minha família e a minha própria. Mas apenas me questinei, porque não sabia se era certo pensar assim. 
E foi então que tudo veio abaixo."

Essa é a minha história religiosa em um resumo curtíssimo, apenas para ilustrar.

Convido você a ler, pensar, questionar, debater e acompanhar os meus pensamentos e como foi - e está sendo - a construção do meu argumento ateu e meu estudo, recém começado, sobre as religiões, deus, ciência, evolução, cosmologia e tudo que interfere na minha escolha pelo ateismo em detrimento de deus e da religião, seja ela qual for.
Convido você a compartilhar a sua história enquanto compartilho a minha. Desde o primeiro estágio de questionamento, até ao preconceito e a cara de tristeza que recebemos ao declamar: "Eu sou ateu.

Espero que esse blog desenrole e siga um bom caminho, sei que as críticas criacionístas, evangélicas e fanáticas estarão presentes e já estou preparado psicologicamente para isso. Peço apenas que não façam ameaças de morte e sofrimento - falarei delas em um texto - e mantenham a postura crítica de maneira engrandessedora e não humoristica.

Uma boa leitura para você, tentarei ser sucinto em meus textos e errar o mínimo póssível na digitação/gramática.

João Pedro Carbonari Pinheiro
Músico, Administrador de empresas e Ateu